A bovine spongiform encephalopathy (BSE), ou encefalopatia
espongiforme bovina, faz parte de um grupo de doenças raras, neurodegenerativas
e irremediavelmente letais – as encefalopatias espongiformes transmissíveis
(EET). Esta doença, que afecta o sistema nervoso central dos bovinos, é
vulgarmente denominada “Doença das Vacas Loucas” e foi detectada pela primeira
vez no Reino Unido em 1986, tendo-se disseminado por vários continentes. Embora
as primeiras medidas de controlo tenham sido implementadas em 1988, também no
Reino Unido, os vários países vítimas desta pandemia, que atingiu o seu pico de
incidência em meados dos anos 90, viriam também a estipular e adoptar as suas
próprias. Apesar de existirem muitas teorias relativamente ao desenvolvimento e
propagação desta doença, ainda nenhuma foi efectivamente comprovada, pelo que
os estudos existentes se baseiam naquela que é a mais aceite pela comunidade
científica na actualidade. Acredita-se, portanto, que a BSE, bem como as outras
EET, é causada pela alteração conformacional de priões, mais concretamente da
PrPc[1].
Embora ainda surjam casos pontuais de BSE, a propagação doença encontra-se hoje
controlada.
Este trabalho foi desenvolvido por alunos do 1º ano [2] do mestrado integrado em Medicina Dentária da FMDUP [3], no âmbito das disciplinas de Biologia Celular e Molecular II,
Bioquímica II e Epidemiologia e Bioestatística II. Com ele pretende-se analisar os aspectos fundamentais da BSE, que incluem os
meios de propagação, os sinais e sintomas, possíveis tratamentos, incidência da
doença a nível mundial, etc., tendo-se realizado, para tal, um levantamento da
informação disponível em bases de dados fidedignas, de entre as quais a PubMed, a
EBSCO e o RCAAP[4].
[1] Cellular prion protein.
[2] Catarina Silva Cardoso Lento de Oliveira, Patrícia Rafaela Pereira Rodrigues, Ricardo Manuel da Costa Rodrigues e Rui André Mendes Ribeiro.
[3] Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
[4] Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal.